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Paratletas participam do revezamento da Tocha Olímpica em Sobral

    Quatro integrantes da Associação Sobralense de Paradesporto (Aspa) estão entre as pessoas selecionadas para conduzir a tocha olímpica durante sua passagem por Sobral, no dia 8 de junho. Dentre eles, o professor de Educação Física Cleyton Gomes, membro do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e idealizador do Projeto de Extensão Universitária de Esporte Adaptado, vinculado à Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). Cleyton, que também conduzirá a chama olímpica, é o responsável por acompanhar e orientar a equipe da Aspa durante os treinos físicos e preparações para competições.

    De acordo com ele, essa forma de inclusão é muito importante para esses atletas, que muitas vezes são excluídos da sociedade.  “Com esse beneficio eles conseguem melhorias pessoais e conquistar a sua civilização. Aqui nós temos atletas que realmente gostam de competir, atletas que já conquistaram muitas vitórias e principalmente a ‘vitória da vida’, que é de extrema importância para eles. Eu também tive a oportunidade de ser favorecido com esse momento que visa à união dos povos e a inserção pelo esporte. É isso que nos motiva cada vez mais”, destaca ele.

    A Aspa trabalha com esporte para pessoas com deficiência e tem como objetivo prevenir as enfermidades secundárias às deficiências e ainda promover a integração social, mostrando que é possível, apesar de limitações, ter uma vida normal e saudável.

    A Poliomielite é uma doença viral que pode afetar os nervos e levar à paralisia parcial ou total. Ela também é conhecida como paralisia infantil, e foi a responsável pela perda do movimento das pernas do Paratleta Júnior Torres nos seus primeiros dois anos de vida. Ele conta que mesmo com as dificuldades nunca deixou de fazer o que gosta – praticar esportes.  “Sempre fui muito ativo. Minha família nunca me impediu de fazer o que eu gostava. Comecei praticando atividade física com outras pessoas deficientes, onde só frequentávamos para socializar. Mas surgiu uma oportunidade em 2010, me interessei e comecei a competir com a ajuda do professor Cleyton. Costumo dizer que essa oportunidade veio tarde para mim, mas veio na hora certa”, disse o medalhista N/NE na modalidade de Natação e colecionador de cerca de 60 medalhas aos 40 anos de idade.

    Júnior Torres também foi selecionado para conduzir a chama olímpica e agradece a esposa que o indicou no site das olimpíadas.
“É um momento único. Um evento que podemos não receber mais, devido o tempo, pois as olimpíadas também estarão em outros países. Fico muito feliz de participar desse evento, apesar de não ter conseguido um bom índice para ir para a paraolimpíada. Mas só em ser um dos escolhidos para conduzir a tocha já agradeço bastante. Agradeço principalmente a minha esposa, pois foi ela quem me indicou. Já fico emocionado pensando no dia 8 de junho”, conclui.

    Mauricio Júnior, 22 anos, é tricampeão N/NE do Circuito Paralímpico em Atletismo. O Paratleta nasceu com uma deficiência denominada “Monoplegia” – perda total das funções motoras de um só membro (inferior ou posterior). Durante algum tempo, Maurício precisou utilizar uma cadeira de rodas, mas após vários tratamentos e cirurgias, segundo ele, até corrida de bicicleta ele disputa atualmente. Ele também foi escolhido para percorrer às ruas de Sobral conduzindo a tocha.

    “É o momento mais esperado para quem pratica esporte hoje em dia. É muito bom sermos reconhecidos. Isso gera também futuros patrocínios. Há empresas em Sobral que patrocinam atletas paralímpicos de Fortaleza e eles competem com a gente. Então essa é uma oportunidade para poder mostrar nosso trabalho e nossas conquistas e assim obter reconhecimento”, destaca o Paratleta.
A terceira indicada para conduzir a chama olímpica foi Juliana de Lima, 18 anos. Logo após o seu nascimento, a esportista foi diagnosticada com “Mielomeningocele” – também conhecida como espinha bífida aberta, é uma malformação congênita da coluna vertebral –, a qual ocasiona a perda de controle das funções do intestino e da bexiga, além da paralisia total ou parcial das pernas.

    Campeã de corrida em cadeira de rodas e arremesso de peso, dardos e discos, a paratleta que iniciou os treinos em 2012 já coleciona 31 medalhas e competições em Recife, Natal e Fortaleza, além dos campeonatos em Sobral.

    “Eu estou muito ansiosa e feliz, pois eu nem esperava ter sido escolhida. Foi uma professora minha que me indicou e me deu a noticia da escolha”, finalizou ela.
A Tocha Olímpica passará por 300 cidades e será carregada por 12 mil pessoas. No Ceará, 15 cidades receberão o revezamento da tocha.

    Cerca de 60 sobralenses irão conduzir a tocha olímpica no dia 8 de junho a partir das 17 horas, em Sobral. A chama olímpica sairá da Avenida Dr. Guarany e irá percorrer as principais vias e pontos históricos da cidade, marcando presença nas principais praças e no Beco do Cotovelo. O percurso ainda conta com paradas nos bairros Parque Silvana, Alto da Expectativa e Coração de Jesus, finalizando na Margem Esquerda do rio Acaraú, onde terá uma série de apresentações culturais, além de ser o local onde a tocha passará a noite.

Thais Menezes
Especial para o Sobral News